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Coletivo Abrigo participa de cortejo inter-religioso em defesa do Estado laico

Diante da crescente instrumentalização da religião e dos espaços sagrados para promoção de ódio e racismo religioso, organizações baseadas na fé realizaram em Porto Alegre, neste domingo (23), um cortejo de afirmação do Estado laico. O ato aconteceu na Redenção e reuniu lideranças religiosas indígenas, de matriz africana, budistas, pagãs, espíritas e cristãs.

“É muito interessante as igrejas e religiões lutando pelo Estado laico, isso porque as religiões têm se tornado, nos últimos anos, curral eleitoral. Alguns partidos políticos têm utilizado as igrejas para obter vitórias eleitorais e manipulação do povo. As igrejas, religiões, terreiros, espaços religiosos, são locais de adoração da divindade, do divino, mas também são espaços de reflexão sobre a vida”, pontuou o postulante da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB) e membro do coletivo LGBT+ Anglicanxs+, Ivan Carlos Pereira.

Para a Monja Kokai, o Estado laico tem sido, ao longo das décadas, só na teoria. Para ela, ainda não está completamente instaurado. “Eu entendo que a função do Estado é respeitar e garantir que a livre expressão de todas as denominações religiosas, inclusive a expressão dos ateus”, frisa.

A monja pondera que algumas expressões religiosas sofrem mais preconceito que outras, por exemplo, as de matriz africana. “Isso está entrelaçado com o racismo estrutural no país. As coisas se cruzam em diversos aspectos e estamos aqui para defender o Estado laico e que o Estado tenha a função de proteger todo o tecido social. Já as denominações religiosas têm a função, no meu entendimento, de nos lembrar a cada momento de nossa humanidade e que somos corresponsáveis por toda vida na terra.”

“Para nós não é intolerância religiosa, é crime, é racismo religioso. Porque a intolerância neste país, em relação a tradição de matriz africana, é uma intolerância anti-negro. Portanto, quando nós religiosos de outras tradições nos reunimos é porque nossa fé é antirracista”, frisa a psicóloga, especialista em Criminologia, servidora pública Sandrali Bueno (Iyá Sandrali de Oxum), que veio de Pelotas para o cortejo.

Para o teólogo Tiago Santos, diretor executivo do Coletivo Abrigo, não é possível se dizer discípulo de um Jesus torturado e ter como livro de cabeceira a biografia de um torturador. “Não é possível adorar um Jesus pobre e periférico no domingo e esquecer dos pobres e periféricos já na segunda-feira!"

A cacica Kaingang Iracema Gãh Téh, além de destacar a luta na retomada do território no Morro Santana, fez um apelo ao povo brasileiro. “Povo brasileiro põe a mão no consciente e a outra no coração que esse é o amor verdadeiro. Pega a mão do outro, vamos caminhar para defender a natureza, o colo da Mãe Terra. Parem de ser amante do dinheiro, que dinheiro não dá vida"

O cortejo contou com o apoio da Fundação Luterana de Diaconia (FLD-COMIN-CAPA), do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs no Brasil (CONIC-RS), da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro), da Associação Brasileira de ONGs (ABONG), do Coletivo Abrigo e do Fórum Ecumênico Act Brasil.

Fotos de Poliana Einsfeld da Silva, do Coletivo Abrigo.

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